InDEFINIÇÃO, AQUI VOCÊ NÃO ENCONTRA NADA

Maurício Ricci

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já orvalha algo, o sono é muito, a paz é pouca, e a morte continua lenta... e a vontade de viver...quem sabe?

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ahhh

"chove la fora e aqui faz tanto frio...
aonde está vc me telefona me chama, me chama..."
chove mesmo mas o som é outro, mas no fundo é o mesmo.chuva boa de verão! ouvindo discos que ganhei por ser curioso (que vergonha!). aos frangalhos, mas incrível, um lonplei com Marian Anderson cantando Oh mio Fernando de Donizetti, uma raridade do estabelecimento Royale.contrariando o estado de conservação da capa um Mozart que nunca fora executado(ops!). eta coisa boa!
em tempo, a siemens e as demais diziam fabricar discos inquebráveis. que saudade...
a chuva é legal, a chuva é minha amiga!

quinta-feira, 12 de março de 2009

e me abraçarão

todos aqueles amigos em volta, conhecidos em volta, em respeito e em pé, falando, conversando e o assunto: você.
ali no centro: você.
conversas, cafés e cigarros (ahhhh se ainda pudesse dar um traguinho), engraçado só falam bem de você e agora pareço não querer ouvir, nem sei se quero algo,o fato é que não escuto mais nada mesmo e o fato é que nem parecem conhecer você, só te falam bem, (são uns hipócritas esses aí). o pessoal se vestiu até que bem, a cor preta deixa a pessoa charmosa. nem tem tanto problema assim, como está vestido, você tem tanta flor na lapela, chega a feder à flor. melhor assim que a carniça cheirar, bom é isso mesmo, ainda bem que falam amenidades, ninguém te cobra nesse momento. melhor assim, fazem um mistério sobre seus defeitos. deve ser por isso de tanta flor, cobrir o cheiro da hipocrisia. a carniça nem fede tanto assim. a carniça é o perfume mais humano que se tem aí. melhor deixar assim, não estamos acostumados com tanta humanidade. causaria espanto sentirmos o cheiro da carniça, o cheiro da humanidade. tantos pra te carregar, se estivesse bêbado também te carregariam, mas é diferente. já falei é tanta flor que poderia beber um caminhão de gim e não se incomodariam, tem tanta flor...mas não, não dá certo, ninguém conseguiria ser hipócrita com tanto gim assim, resumindo: o gim e a carniça são produtos de elevada humanidade, inimigos da hipocrisia, mas a flor, ah a flor, essa sim dissimula tudo. esses amigos seus não são mais os mesmos, mal o dia chegou e já querem se despedir. ah se tivesse mais gim, antes eles eram capazes de emendar noite a noite, com gim, mulheres e duas piadas que seriam repetidas incessantemente até se tornar fato. ah teus amigos não são mais os mesmos, mal caiu o dia e já querem se despedir. por que te apura agora com o dia? ora, não fora sempre o momento do descanso, da não existência, da hipocrisia? é só mais um dia, igual a todos os outros, mas teus amigos não são mais os mesmos. é muita flor e pouco gim, carniça tem de sobra, mas teimam em escamotear. mas não tem nada não, mais dia menos noite me encontrarão quietos e me abraçarão.

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

Seo Jerônimo, o homem que andou mais que o casco da tartaruga

Seo Jerônimo era um sujeito pacato. Negro e grande, bem negro e bem grande. Andava vagarosamente, na verdade calmamente. Calmo e vagar são coisas bem distintas, pois a distancia de um ponto a outro se mede pela paciência e não pela velocidade, afinal a distância é sempre mais ou menos a mesma dependendo do caminho (e o que importa é onde vais).
Seo Jerônimo andava com o auxílio de uma bengala; calça azul, camisa clara lisa ou listrada,sempre em tom azul também, cinto e chinelo (a).
Sempre calado, sua expressão transmitia paz. Seu olhar era direto e quando ele olhava em nossos olhos, parecia estar ouvindo o que queríamos dizer. Não; não invadia nossas mentes. Apenas estava lá; olhando nossos olhos e escutando nossas palavras, por mais que não a disséssemos. Estava lá para ouvir, com os olhos.
Embora não fosse mudo, eu nunca ouvi a sua voz; quer dizer, nunca ouvi a voz da sua boca!
Seo Jerônimo foi vizinho nosso. No quintal de sua casa, morava a benzedeira do quarteirão, dona Clarice, ou a Dona Benzedeira como era conhecida.
Freqüentei bastante a casa da Benzedeira. Fui a 1º vez por um motivo óbvio (e dá-lhe arruda). Depois fui outras vezes por outros motivos também óbvios (e dá-lhe arruda). Ou era eu a ser benzido, ou outras crianças que minha mãe arregimentava.
Também no quintal do Seo Jerônimo tinha couve, espinafre e jiló.
...
Jiló frito com pão, jiló frito, espinafre refogado, espinafre com ovo, espinafre no arroz, na carne e até... até espinafre com jiló....
Seo Jerônimo foi embora há uns dez anos. Morreu como viveu, calado, calmo, silencioso.
Viveu 98 anos e sem nunca ter me dito uma só palavra me ensinou muitas coisas... Uma delas é que as pessoas vivem muito mais na nossa memória que na própria vida.
Outra coisa que aprendi foi a delícia do jiló e do espinafre.

sábado, 1 de novembro de 2008

tenho problema com as reticências...
às vezes eu ping...

às vezes eu pong

terça-feira, 14 de outubro de 2008